Do total de mais de um milhão de organizações da sociedade civil (OSCs), também conhecidas como ONGs, que foram criadas no país entre 1901 e 2020, 99% foram formalizadas após os anos 1960. O perfil majoritário entre as OSCs é composto por associações privadas (85%), sediadas na região Sudeste (40%), com tempo médio de atividade de 17,6 anos, voltadas para as áreas de Desenvolvimento e defesa de direitos e interesses (40%) e Religião (24,6%). Já em relação aos fechamentos das OSCs, observa-se que cerca de um terço das organizações criadas tiveram suas atividades encerradas nesse mesmo período, sobretudo após os anos 2000 (92,8%).
Esses dados fazem parte de um estudo realizado pela Diretoria de Estudos e Políticas do Estado, das Instituições e da Democracia (Diest/Ipea). A pesquisa investigou dados das OSCs criadas nos últimos 120 anos para analisar os principais aspectos que marcaram a trajetória de abertura e fechamento das organizações nesse período no Brasil.
O estudo utilizou dados disponíveis no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ), disponibilizados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (SRFB), observando aspectos como a distribuição temporal, as áreas de atuação, a natureza jurídica, a taxa de sobrevivência das OSCs, entre outros. A pesquisa buscou contribuir para a análise da dinâmica de surgimento e sobrevivência das OSCs, atentando-se ao mapeamento de temas de interesse das organizações que foram objeto de maior ou menor relevância no decorrer das décadas e refletindo um retrato do país nesse período.